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No Domingo de Páscoa

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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

"Em caso de refúgio, Lula não quer saber da África"


Por Pedro Luiz Rodrigues
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a procurar, com seus advogados e conselheiros políticos - dentre os quais tem crescido em relevância o ex-Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim - maneiras de sobre como se safar da prisão, à qual foi sentenciado em duas instâncias, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Caso, como parece provável, seus advogados não obtenham as protelações e recursos que no passado asseguravam a impunidade dos criminosos ricos e dos poderosos, a única escapatória para Lula será a de buscar refúgio em alguma embaixada, como sugerem alguns desses conselheiros. 
Nessa hipótese,  dando prosseguimento a uma campanha internacional já em andamento, o ex-presidente apresentar-se-á à opinião pública internacional como um perseguido político. Insistirá que a Justiça brasileira não é independente, nem isenta, e que os juízes aqui não passam de marionetes do poder central.
Patético vai ser Lula insistir nessa versão caso venha se refugiar em Cuba, Bolívia ou Venezuela, países que poucos acreditam serem dotados de poder Judiciário autônomo, independente e isento. Na verdade, preferiria o ex-mandatário não ter de ir para nenhum desses três países, mas em particular não gostaria de ir para a Bolívia.
Lula não se dá  tão bem como o se propala, com o presidente perpétuo do país, Evo Morales. É que, guiado por seu antigo guru para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, Lula passou ter maior admiração pelo  vice-presidente Alvaro García Linera do que pelo próprio Morales. Além do mais, Lula não se dá bem com a altitude de La Paz, e se fosse para a Bolívia iria pedir para residir em Santa Cruz de La Sierra, mais baixa e mais próxima do Brasil.
Quem conhece Lula sabe que ele preferiria mesmo seria ir para o Chile ou o para Uruguai, países mais organizados, onde se vive melhor.  Mas a hipótese chilena ficou inviabilizada, com a saída de Michelle Bachelet da presidência,  a se dar agora em março. A hipótese uruguaia continua aberta, uma vez que a Frente Ampla, majoritária no Congresso, manifesta sistematicamente apoio irrestrito ao ex-presidente brasileiro. O problema, nesse caso, seria o de que a concessão de asilo a um criminoso comum poderia trazer dificuldades para um país que depende muito do Brasil para seu bem-estar econômico.
O Equador também deixou de ser uma hipótese plausível. Lenin Moreno, o novo presidente equatoriano, não gostaria que a presença de Lula viesse a perturbar sua administração, logo agora que acaba de desfechar golpe fatal nas pretensões políticos do ex-presidente Rafael Corrêa, este sim amicíssimo do ex-presidente brasileiro. De qualquer modo, em Quito Lula também teria de enfrentar o problema da altitude.
Seja como for, caso decida mesmo se refugiar, o que Lula não está disposto a aceitar de maneira alguma é o asilo em qualquer país africano, nem mesmo os de língua portuguesa, com os quais sempre manteve excelentes relações. Acha muito difícil as condições de vida na maior parte dos países africanos. 
Para Lula, uma coisa é participar de encontros patrocinados pela União Africana, fazer discursos sobre a amizade Brasil-África, outra coisa é ir morar lá.
Pedro Luiz Rodrigues é jornalista, com atuação nos veículos mais importantes do País, e diplomata
Fonte: http://www.diariodopoder.com.br

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