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segunda-feira, 24 de julho de 2017

"Canudos, o retorno!"

Por Aninha Franco
Estamos Canudos porque a história sempre se repete sob a forma de farsa. Ou não. Nesse caso sim. A imprensa publica sem parar notícias sobre Lula que foi condenado por corrupção num dos muitos processos em que está indiciado. É um tal de Lula disse, Lula ameaçou, Lula desacatou que não para. E agora Lula vai ao Nordeste, a quatro municípios da Bahia, inclusive Salvador. E lá vem Lula encontrar seus seguidores que estão em doses descomunais na cidade. Os expulsos de Brasília no Fora Dilma, - ah! Brasília, o eldorado onde se defrauda -, e os expulsos de São Paulo no Perde Haddad, - ah! São Paulo, o eldorado onde há trabalho - são milhares.  
Aqui pra nós, Lula lembra mais Lampião que Conselheiro, um Lampião picado pelo poder que teve, um dia, e que perdeu por deficiência de caráter. Saliente-se que nem Lampião nem Conselheiro foram corruptos. Lula foi condenado por corrupção há alguns dias, mas ainda dispõe de alguns seguidores, donos de um misticismo incompreensível que creem que o Profeta, depois de treze anos no poder atacando o erário, levará igualdade aos miseráveis. Quando fala, Lula nunca é Conselheiro, é um Lampião sem a gentileza ou coragem do original, que bordava pontos de cruz e matava, não mandava matar. 
Como se fez pouco pela humanização brasileira do século 19 pra cá, tempo de Antonio Conselheiro (1830-1897) e tempo de Virgulino Lampião (1898-1938), um Nordeste continua acreditando em Conselheiros sem fé e Lampiões sem caráter. Lampiões aliados dos ricos que enganam os pobres. Porque se Lula tem o caráter de um morador da Canudos Antiga é o de Antônio Vila Nova, o comerciante do lugar, o cara que garantia o sustento de 20 mil almas na época da guerra, por grana, lógico, e que quando a quarta expedição apontou no horizonte, fugiu levando sacos de dinheiro. 
E Lula Vila Nova anda acompanhado, agora, de uma Maria Bonita estranha que depois que substituiu o jesuíta, em pouco mais de um mês, apoiou a ditadura sanguinária da Venezuela e agrediu o juiz Sérgio Moro, entre outros absurdos para a líder de um partido político que sobrevive do Estado e o intimida. Ela, Lula, e seus seguidores repetem, sem parar, que Moro persegue Lula. Mas por que o faria? Porque é preciso explicar. Só a ausência absoluta de argumentos pode sugerir que um juiz de direito de um regime democrático persegue um ex-presidente da República. Mas há quem acredite!   
Moro em Salvador, na Bahia, no Nordeste, e Canudos pra mim é sua história, não sua farsa. Se a caravana de Lula Conselheiro e/ou Lula Lampião passar por mim, atiro livros nela. Começando por Os Sertões de Euclides da Cunha.
Outras Trilhas: o Jornal Nacional fez que nem coelho fazendo sexo noticiando que o historiador João José Reis recebeu o Prêmio Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras, quinta-feira. A Bahia recebeu milhares de africanos escravizados a partir de 1549. Foi a primeira região da Colônia a recebê-los em massa, e continuou recebendo quando já era proibido. É extraordinário que o historiador dessa memória em Negociação e Conflito: A Resistência Negra no Brasil Escravista (1989), A Morte É Uma Festa (1992), Rebelião Escrava no Brasil (2003), Liberdade Por um Fio (1996, com outros), O alufá Rufino, etc. seja laureado.
Fonte: Coluna "Trilhas", no "Correio"

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