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No Domingo de Páscoa

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terça-feira, 28 de junho de 2016

Marialvo Barreto trata de duas questões conectadas



Por Marialvo Barreto

1. Salvador, uma metrópole com praticamente 
uma única via de entrada e saída, a BR 324
A Região Metropolitana de Salvador, no censo de 2010, apresentou uma população de 3.573.973, sendo que apenas a cidade de Salvador contabilizava 2.675.656 habitantes, com uma taxa de crescimento anual de 1,7% a.a, empatando com Recife neste quesito.
Hoje, em 2016, fala-se em mais de 4 milhões na Região Metropolitana e Salvador se aproxima dos 3 milhões de habitantes.
Esta Região Metropolitana, densamente povoada, tem poucas vias de entrada e saída, tais como a Estrada do Coco, a Via Parafuso, a travessia da Bahia de Todos os Santos para a Ilha de Itaparica – via Nazaré, e a BR 324. Esta última é indiscutivelmente a principal.
Vou relatar aqui apenas a situação de tráfego na BR 324, Leste e Oeste. A pista leste é a de chagada na Região Metropolitana, a oeste é a via de saída da Capital, para o acesso a quase todo o interior da Bahia e outros Estados da Federação.
Pois bem, com toda esta importância da BR 324, as pistas Leste e Oeste dispõem apenas de duas faixas cada, para o rolamento do tráfego, transformando a vida de quem precisa entrar ou sair de Salvador em um teste de paciência sem limites, devido aos constantes engarrafamentos nos horários de pico (todos os dias), nas sextas-feiras em qualquer horário, nas vésperas dos feriados e no retorno destes.
Apenas para ilustrar: No dia 22 de junho de 2015, pré-véspera do São João, eu sai de Salvador às 18h30 e cheguei em Feira de Santana, onde resido, no dia seguinte, na madrugada do dia 23, quando os relógios marcavam 1h30. SETE HORAS DE VIAGEM PARA PERCORRER 108 KM.
 Tem sido assim em todos os feriados, gastando-se de 4 a 7 horas de viagem entre as duas maiores cidades do Estado.
A solução é bastante conhecida, mas colocada em silêncio pelas autoridades, reaparecendo o assunto apenas em épocas eleitorais. Trata-se da sua duplicação da BR 324, para que tenhamos QUATRO PISTAS DE ROLAMENTO DE TRÁFEGO no sentido Leste e QUATRO no sentido Leste.
2. A privatização errada da BR 324, 
um presente o Estado brasileiro para a Via Bahia
O Estado Brasileiro entregou à Via Bahia uma pista duplicada com problemas de buracos, com acostamento precário, e mato em suas margens.
A Via Bahia até agora tem feito remendos na pista, operações tapa-buracos, roçagem do mato no canteiro central e laterais, dando um aspecto melhor à pista. São coisas importantes, mas de menor volume de investimentos. No entanto, os seus equipamentos mais modernos nesta via são as duas praças de pedágio, para arrecadar.
Estas duas praças foram feitas em tempo recorde, com a pista cheia de buracos e desníveis. Mesmo sem concluir as melhorias ela passou a arrecadar.
A PRIVATIZAÇÃO FOI ERRADA PORQUE NÃO FOI OBJETO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O TRANSPORTE NO ESTADO. Se já tínhamos uma pista duplicada, que precisava de manutenção, e tínhamos conhecimentos da saturação do tráfego da BR 324, devido ao número excessivo de veículos que ali transita, A PRIVATIZAÇÃO SÓ SE JUSTIFICARIA SE FOSSE PARA DUPLICAR ESTA BR, começando imediatamente a obra após o certame licitatório, para construção de quatro pistas de rolamentos no sentido Leste e quatro do sentido Oeste, para dar solução aos problemas dos engarrafamentos.
Como isto não foi licitado desta forma, a Via Bahia recebeu um presente do Estado Brasileiro, pronto para instalar as máquinas arrecadadoras, e o foi o que ela fez imediatamente com as duas praças de pedágio.
Resultado: Os baianos estão pagando o preço deste erro proposital, sofrendo e perdendo tempo na BR 324. Está mais fácil sair do interior da Bahia e ir à Brasília do que ir à sua capital, Salvador.
Marialvo Barreto é geógrafo e professor

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