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segunda-feira, 21 de março de 2016

"Redes sociais X PT/CUT/Governo: O ataque a um adversário invisível. A criminalização do Judiciário como prática bolivariana"



              
Por César Maia
1. As últimas manifestações convocadas e multiplicadas pelas redes sociais levaram às ruas - segundo as PMs - quase 4 milhões de pessoas. As manifestações convocadas pelo governo, PT/CUT/Governo (PCG) não chegaram a 10% disso. De fato, só na cidade de S.Paulo, as manifestações do PCG foram substanciais, assim mesmo atingindo apenas 25% do que as manifestações das Redes Sociais (RS). Todo o esforço das máquinas governamental, partidária e sindical do PCG focalizou São Paulo. Concentrou-se aí e adquiriu nitidez. Máquinas sem povo.
2. No dia das manifestações do PCG, carros de som rodaram as grandes cidades com a mesma fita, reproduzindo os chavões escolhidos: impeachment é golpe de estado, as manifestações pelo impeachment são fascistas, juiz Moro atropelou a Constituição, querem acabar com os programas sociais... Parte deles são velhos chavões quem vêm das eleições presidenciais contra Alckmin, contra Serra e contra Aécio.
3. O ataque ao juiz Sergio Moro inverte a ação que o PT defendeu durante anos: a juridicialização da política, o ativismo judiciário, e a lei vindo das ruas a partir de valores sociais constitucionais abstratos. Desde 1990 que os parlamentares sêniores lembravam que o uso pela esquerda do recurso sistemático ao STF ia transferindo poder político ao judiciário.
4. Agora, quando a iniciativa é do próprio poder judiciário a partir da criação de juizados especiais, como o de crimes financeiros - caso do Juiz Sergio Moro - e as investigações chegam ao PT e seu Governo, invertem o discurso. Falam que o judiciário está criminalizando a política e oferecem como alternativa a criminalização do judiciário. Num estado de direito, se há algum golpe de estado é essa tentativa de inversão. Na Venezuela, no Equador, na Bolívia e na Argentina, esse foi o caminho do bolivarianismo: criminalizar o judiciário e substituir todos os juízes das Supremas Cortes.
5. As multitudinárias manifestações pelo impeachment podem ser tudo, menos fascistas, cuja característica é a manipulação das massas por um caudilho centralizador. Mas o PCG enfrenta um adversário que não tem rosto explícito. As redes sociais são horizontais, desierarquizadas, de ativismo individual pulverizado. Ao PT e à esquerda era fácil atacar o imperialismo norte-americano, atacar a direita, atacar os líderes dos partidos - ditos - de direita.
6. Mas agora o inimigo é invisível, são milhões de pessoas com causa, mas sem partido e sem lideranças. O que as organiza são as ideias comuns que defendem. A crise - essa sim - tem cara: é o governo do PT, é a desintegração da autoridade presidencial, é o desmonte do populismo a golpes de recessão e desemprego.
7. As RS têm um alvo nítido, de corpo inteiro, com cara e com nome, que foi concentrado em S.Paulo. E as manifestações das RS nas ruas ou virtualmente atacam a partir de suas críticas comuns e convergentes e acertam nos alvos que são nítidos. E foram esses alvos que se tornaram totalmente nítidos quando convocaram manifestações - especialmente em S. Paulo - para atacar um adversário invisível, mas ao mesmo tempo se mostrar de corpo inteiro tornando-se amplo, nítido e bem definido como alvo.
8. E as fitas rodando em carros de som nas ruas isolaram o PCG e assustaram os parlamentares, as pessoas, e os partidos que mesmo sendo de oposição não têm poder de mobilização. Se a votação do impeachment - antes dessas fitas, dessas palavras de ordem - apontava para uma vitória - mesmo que apertada - dos que defendem o impeachment de Dilma, agora com os parlamentares assustados, com os partidos no governos vestindo suas antigas fantasias, e a crise social caindo sobre as pessoas, essa margem de votos se ampliou muito. E não há mais como tentar iludir as pessoas e os parlamentares com curativos de moderação.
9. O PCG está isolado. E não há armas ou retórica que possa atingir um inimigo invisível, que tem ideias densas, simples, mas sem lideranças pessoais ou partidárias. O inimigo invisível é muito forte. Vai derrubar o governo e então caberá às forças políticas de oposição oferecerem alternativas à crise. Sabendo que se essas não ocorrerem de fato, as RS voltarão a apontar sua mira para um novo alvo.
Fonte: "Ex-Blog do Cesar Maia"


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