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domingo, 23 de junho de 2013

Notas da coluna de Carlos Brickmann





Notas da coluna de Carlos Brickmann publicada neste domingo, 23:
É a volta do cipó de aroeira


Tudo começou como um movimento de extrema esquerda: na primeira passeata em São Paulo, militantes do MPL, PSTU, PSOL e PCO, com bandeiras, estavam à frente, bloqueando a Avenida Paulista.
O MPL, Movimento Passe Livre, foi criado pelo Fórum Social Mundial, organização assumidamente de esquerda, na reunião de 2005.
O domínio de Internet usado pelo MPL pertence a uma ONG próxima ao PT, Alquimídia, que recebe recursos da Petrobras e do Ministério da Cultura e até o início das passeatas trazia no site os símbolos governamentais.
Mas o movimento caiu no gosto do público e atraiu gente que não tinha nada de esquerdista: queria protestar contra a corrupção, o desperdício do dinheiro público, o custo da Copa, os gastos de parlamentares, o mensalão, os problemas da saúde, problemas sempre associados ao Governo.
O que era para ser um movimento contra a alta das tarifas virou ponto de encontro de descontentes com o governo e o PT - a ponto de manifestantes se reunirem em frente à residência de Lula, em São Bernardo (SP), gritando insultos, e de manifestantes se concentrarem diante da residência do prefeito petista Fernando Haddad, em São Paulo.
O radicalismo antipetista chegou a acusar a Globo de estar a serviço do PT.
É sensível a queda de prestígio do governo. Ruim: este é o governo que temos, gostemos ou não, e que até o fim de 2014 tem a tarefa de gerir o país.
O bumerangue foi e voltou, atingindo quem se sentiu esperto ao ter a brilhante ideia de lançá-lo.
Como diz o provérbio ídiche, o homem planeja e Deus ri.
Millôr e a passeata
Millôr Fernandes, gênio do texto e da frase, assim sintetizava a democracia:
"Todo homem tem o sagrado direito de torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo".
Foi o que faltou na grande passeata quase pacífica da Avenida Paulista, quando militantes de partidos políticos foram expulsos pelos demais manifestantes, ampla maioria na demonstração.
É verdade que a postura dos militantes partidários foi provocadora. Petistas, seguindo as ordens do presidente do partido, Rui Falcão, tentaram tomar a frente da passeata, para aparentar que a controlavam; outros grupos partidários também se uniformizaram e levaram bandeiras próprias, não as da manifestação.
Mas, por provocadores que fossem, tinham esse direito, que lhes foi negado. Millôr tem razão.
Mas também é verdade que quem torce pelo Vasco na arquibancada do Flamengo tem de assumir o risco.

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