A Academia Brasileira de Letras
inaugurou na tarde desta quinta-feira, 11, exposição e realizou mesa-redonda em homenagem aos 80 anos do
acadêmico, professor e ensaísta Eduardo Portella. A exposição, denominada "Eduardo Portella - Quatro Vezes
Vinte", foi aberta às 17 horas, no 1º andar do Centro Cultural do Brasil, sede
da ABL. A curadoria é da professora e pesquisadora Beatriz Resende. O público
poderá visitar a mostra - que permanecerá aberta até o dia 9 de novembro - de
segunda-feira a sexta-feira, das 10 às 18 horas.
Na oportunidade, estão à disposição dos presentes os
seguintes livros, de autoria do homenageado, das Edições Tempo Brasileiro: "Jorge
Amado - A Sabedoria das Fábulas", "Homem, Cidade, Natureza", "Brasil,
Condições de Possibilidades", "Dimensões IV, O Livro e a Perspectiva".
"O Caminho, o Caminhar" é uma publicação coletiva, comemorativa, com
depoimentos nacionais e internacionais.
A mesa-redonda começou às 17h30, no Petit Trianon,
e teve a coordenação do acadêmico Domício Proença Filho, primeiro-secretário da ABL. Os
palestrantes convidados e os temas (todos, naturalmente, sobre o homenageado)
de suas conferências foram: Beatriz Resende ("O Ensaísta"), poeta Carlos
Alberto Sepúlveda ("O Crítico Literário"), doutor em Letras Manuel Antônio de
Castro ("O Professor"), historiador e professor Carlos Guilherme Mota ("As
Questões de Método - Interdisciplinaridade"), professor Emmanuel Carneiro
Leão ("Tempo Brasileiro"), socióloga, psicóloga e filósofa Barbara Freitag
("A Questão da Cidade"), e professor e bacharel em Direito Vamireh Chacon
("Política Externa e Cooperação Internacional").
A curadora da exposição explicou a homenagem: "Eduardo
Portella, aos 80 anos, continua atuando como intelectual público que sempre
foi, com entusiasmo e grande produtividade. O título, evocando a forma francesa
de contar 80, faz referência à juvenilidade do pensamento do professor. A
mostra pretende exibir ao grande público a importância de sua obra como
pensador, escritor, ministro, crítico da cultura e professor de literatura. Seu
percurso na vida pública, como construtor da democracia, defensor do que chama
de 'educação cidadã', político hábil na administração dos bens culturais e
desenvolvimento da educação em nível nacional e internacional, será destacado.
Como professor emérito e editor em plena atividade, ele continua destacando-se
como educador influente no pensamento brasileiro. O percurso de sua vida
dedicada ao cultivo da inteligência e da convivência cordial pontuará a
exposição".
A mesa-redonda em homenagem ao Acadêmico foi
transmitida ao vivo pelo Portal da ABL.
Saiba mais sobre Eduardo Portella
Sexto ocupante da Cadeira nº 27, eleito para a ABL em
19 de março de 1981 - na sucessão de Otávio de Faria e recebido em 18 de agosto
do mesmo ano pelo acadêmico Afrânio Coutinho -, Eduardo Portella nasceu em Salvador, Bahia, em 8 de outubro de 1932. Tem laços com Feira de Santana, onde mora um irmão e onde seus pais Henrique Portella e
Maria Diva Mattos Portella viveram. Ele fez os primeiros estudos nesta cidade.É bacharel em Ciências Jurídicas e
Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.
Concomitantemente - como permitia a lei educacional
naquele período -, fez estudos em instituições europeias de ensino superior. Em
Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária e Estilística com
Dámaso Alonso e Carlos Bousoño, e Filosofia com Xavier Zubiri e Julián Marías.
Em Paris, frequentou as aulas de Bataillon, no Collège de France. Em Roma, na
Faculdade de Letras, assistiu a aulas de Giuseppe Ungaretti, sobre Literatura
Italiana. Ao retornar ao Brasil, começou sua colaboração regular de crítico
literário no "Diário de Pernambuco", pela mão de Mauro Mota. Entrou no
convívio de Gilberto Freyre, Aníbal Fernandes, Lucilo Varejão, Moacyr de
Albuquerque. Fez parte do grupo de jovens intelectuais que fundou a Editorial
Sagitário. Estreou em livro, em 1953, com "Aspectos de la Poesía Brasileña
Contemporânea", tese apresentada na I Jornada de Lengua y Literatura
Hispanoamericana, em Salamanca.
Fez opção pela docência universitária, inicialmente em
Madri, na Faculdade de Letras da Universidade Central de Madri. Em Recife, na
Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Federal de Pernambuco,
prosseguindo no Rio de Janeiro, na Faculdade de Letras da UFRJ. Em 1979, foi
designado ministro de Estado da Educação, Cultura e Desportos. E impôs uma
posição clara pela abertura, contra a censura e qualquer forma de arbítrio.
Em 1988, foi nomeado diretor-geral adjunto da Unesco,
cargo que ocupou por cinco anos consecutivos. Foi eleito, para o período de
1997-1999, pelo colegiado superior, presidente da Conferência Geral da Unesco.
Coordena, desde 1998, o Comitê Chemins de la Pensée (Unesco-Paris). E
foi eleito em 2000, e reeleito em 2003, presidente do Fond International pour
la promotion de la Culture (Unesco-Paris). Dessas funções se desligou em 2009,
para se dedicar à edição de suas obras reunidas, publicadas e por publicar.
Regressando ao Brasil, e então designado professor
emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, continua ministrando seus
cursos na Faculdade de Letras, em nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
É também membro da Academia Brasileira de Educação.
Fonte: Academia Brasileira de Letras
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