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sábado, 17 de dezembro de 2011

"Um governo ruim, mas bom!"

Uma análise absolutamente objetiva e fria da pesquisa CNI-Ibope. Ou: Um governo ruim, mas bom!
Por Reinaldo Azevedo
Vocês notaram que, para o eleitor, o governo Dilma é ruim, mas é bom? Como? Sim, no post anterior, informa-se que a administração é reprovada pela maioria em SEIS dos NOVE itens analisados. Qual é o "fenômeno"? Fenômeno nenhum! É tudo lógica.
É claro que, estando certo (e não tenho indício nenhum de que não esteja), o resultado da pesquisa CNI-Ibope é excelente para Dilma Rousseff. Posso até achar, e acho, que não é compatível com qualidade e realizações do governo, mas e daí? Isso não muda o fato. É inesperado? Acho que não. Pensemos.
O governo Dilma, sabe-o qualquer especialista - e isso preocupa o próprio Lula, como ele próprio vaza aqui e ali -, é de baixíssima performance. O PAC está empacado; o "Minha Casa, Minha Vida" não anda; as creches não saem do papel; as UPAs ainda estão em regime de "upa-upa, cavalinho Alazão" (é para distrair inocentes…); boa parte das obras de mobilidade da Copa ficará no papel (daí a tentativa de se mudar até a data do recesso escolar); as licitações dos aeroportos tardam e estão enroladas numa barafunda de critérios por causa do preço mínimo… Bem, Dilma é ruim de serviço no médio e no longo prazos e arca, sim, com uma herança nada bendita. Herança de quem? De Lula e dela própria, a gerentona.
Mas isso já chegou à população? Não! A economia, em razão de dificuldades externas, está crescendo a um ritmo muito menor. Isso está sendo percebido nas ruas de maneira clara? Ainda não! Será em algum momento? Depende de duas coisas: a) da duração; b) de o eleitor sentir que há uma alternativa na oposição, tendo onde ancorar suas insatisfações. Ninguém pode responder a questão "a" com certeza, e a "b", por enquanto, é cabeça de bacalhau. Ninguém viu.
Alguns bobinhos da oposição acham que, se jogarem parados, fazendo o discurso do bom-mocismo, vão seduzir maiorias. Pfffuuuiii!!! Não seduzem ninguém. Como a maioria das pessoas tende a rejeitar o nihilismo - ainda bem! -, fica com suas expectativas encostadas no governo mesmo… Quem não se apresenta para o jogo não recebe a bola. Esse negócio de achar que pode ficar na banheira para fazer o gol nos minutos finais é coisa do futebol de antigamente.
Muito bem! Não há grandes realizações, mas também não há uma piora sensível na qualidade de vida, que possa ser identificada como coisa deste governo - a não ser pela inflação, que volta a incomodar. Mas nada ainda que mobilize as pessoas. Dilma contou neste primeiro ano com uma grande ajuda: a da imprensa - e justamente daquela que aqueles larápios a soldo chamam "golpista". Ao demitir ministros pegos com a boca na botija com razoável agilidade, ganhou pontos junto à população. A GRANDE REALIZAÇÃO DE DILMA NO PRIMEIRO ANO FOI, VEJAM SÓ, A FAXINA. Dependesse do subjornalismo a soldo, ninguém teria sido demitido, e sua reputação, provavelmente, seria outra. Era o que eles queriam. Afinal, torcem mesmo é pela volta de Dom Lula Sebastião.
A forma como Dilma governa é aprovada, diz a pesquisa, por 72%, e isso contamina, é óbvio, a avaliação que se tem do governo. E é a própria pesquisa que o demonstra. Vamos ver. O governo é aprovado em apenas três áreas:
1) combate à fome e à pobreza (56% a 39%);
2) combate ao desemprego (50% a 45%);
3) meio ambiente (48% a 44%).
Exceção feita ao item 1, a diferença é apertada.
O governo é reprovado pela maioria em nada menos do que seis áreas:
1) Saúde - 67%;
2) impostos - 66%;
3) segurança - 60%;
4) taxa de juros - 56%;
5) combate à inflação - 52%;
6) educação - 51%
Como pode ter taxa tão expressiva de aprovação geral um governo reprovado nos itens tomados individualmente? Ora, fica evidente que Dilma tem sido bem-sucedida em se descolar dos insucessos da própria gestão, como se fosse, de fato, uma gerente durona que está aí para moralizar o processo político e não tivesse nada a ver com ele.
Se souber disso, Barack Obama vai morrer de inveja. A cada vez que, nos EUA, ele ataca os "políticos de Washington" (como se ele tivesse caído da Lua), gostaria de estar justamente na posição em que se encontra Dilma: "Não tenho nada a ver com o que os políticos fazem de errado". Obama ainda não conseguiu isso. Há fatores que explicam a dificuldade: o eleitorado americano é menos sensível a essa tática do "não tenho nada com isso"; a economia por lá não ajuda.
Mais um ano de crescimento só medíocre, aí pelos 3%, e a reiteração da ineficiência em vários setores podem afetar a imagem de Dilma? Potencialmente, sim! Mas insisto: o eleitorado, para começar a descrer, tem de ancorar a sua descrença - e, pois, a sua crença - em algum lugar. Quem, na oposição, hoje ou daqui a pouco, se oferece como alternativa? O ELEITOR REJEITA O VÁCUO. Se está com o saco cheio de todo mundo, acaba indo para a praça, como ocorreu na Espanha. Se não vai, é porque está convicto de que uma resposta ainda é possível. Não havendo nada no terreno oposicionista a não ser tiro no pé, vai ficando com Dilma mesmo.
A tarefa da oposição já não seria fácil tivesse ela uma boa estratégia! Não tendo… Por que digo isso? Dilma concorrerá à reeleição em ano de Copa do Mundo. Não me refiro ao resultado do torneio, aquela tolice segundo a qual a vitória da Seleção é boa para o governo, e a derrota, ruim. O eleitor não é tonto assim, não! O ponto é outro. Dilma passará todo o segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014 inaugurando obras, algumas muito vistosas, ainda que a Copa vá cobrar o seu preço por muitos anos. É evidente que se trata de uma arma eleitoral poderosa. Será um clima de "Pra Frente Brasil" como não se terá visto desde 1970! Aliás, não se despreze a importância das obras prometidas na excelente avaliação que se tem da presidente.
Os petralhas batem as patinhas e soltam seus guinchinhos, dadas as manifestações que me chegam, achando que, sei lá, vou dormir na pia porque a pesquisa é boa para Dilma. Como se vê, nada perturba meu apego à objetividade. Não estou aqui para ludibriar ninguém. Quanto ao gosto, só para encerrar, não sei por quê, intuo que Lula gosta desses números muito menos do que eu…
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

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