Por Jorge Magalhães
As segundas de orações buscam trazer paz e harmonia ao governo municipal enrascado com a folha de pagamento das cooperativas de saúde, obrigadas a recorrer a empréstimos bancários para cumprir seus compromissos, segundo fontes próximas ao Maria Quitéria.
Oxalá as orações e genuflexões a que foram consagradas as segundas-feiras no Paço Municipal Maria Quitéria encontrem eco no Plano Superior, de onde a visão panorâmica sobre a sede do governo feirense deve revelar uma zona de penumbra, uma psIcosfera em ebulição espasmódica, um ambiente umbrático clamando aos céus as luzes do equilíbrio, do bom senso e, sobremaneira, a rota da administração da cidade, desencontrada em meio ao repugnante revanchismo político, ao amadorismo e ao improviso administrativos, sem contar a sempre lembrada falta de compromisso com a palavra empenhada.
Tome-se o exemplo do modelo operacional do sistema de saúde do Município, com duas das suas principais cooperativas fornecedoras de mão de obra hospitalar tendo que recorrer à praça para captar recursos da ordem de R$ 6 milhões para honrar a folha de pagamento de faxineiros, técnicos, enfermeiros e médicos.
As informações acima, colhidas em fontes cristalinas, são de barnabés e técnicos emplumados da Prefeitura de Feira Santana, que afirmam que o próprio gestor avisou pessoalmente aos diretores das cooperativas que não haveria pagamento dos serviços por elas prestados nos próximos dois meses, e que providenciassem o empréstimo na rede bancária.
Questionados se as canastras do Erário se encontram à míngua, descartaram, peremptórios, esta opção, evocando o avanço crescente da receita do Município, tendo como base os números generosos disponibilizados pela Secretaria da Fazenda.
O diabo, dizem, "são as verbas originárias do Ministério da Educação, as chamadas rubricas carimbadas que têm aplicação específica para os programas traçados nacionalmente pelo Governo Federal que determina, inclusive, o prazo para serem aplicadas".
"O gato comeu"
- Sim, mas o que, necessariamente, neste caso, a Educação tem a ver com a gestão da Saúde?- pergunta atônito, o repórter.
Sem fazer aquele ar de mistério próprio de quem conspira contra algo ou alguém, estas fontes palacianas dão conta de que o dinheiro que, segundo elas, teria faltado para o pagamento das cooperativas da Saúde vai ser usado para cobrir a verba da Educação, cuja destinação "ninguém sabe, ninguém viu", apenas e tão-somente "o gato comeu", ironizam..
Que o secretário Wagner Gonçalves (Fazenda) "se vire nos trinta para maquiar o rombo da Educação e evitar que o prefeito caia nas malhas do Tribunal de Contas dos Municípios", torcem.
Aliás, os reflexos da falta de grana para o pagamento do pessoal de Saúde já começam a ser sentidos na carne pela população carente, pois clínicas e postos de Saúde municipais estão funcionando a meio pau, mesmo assim só em casos de urgência e emergência é que os agentes de saúde se deixam tocar pela dor humana: é que também são partes da humanidade, e as suas geladeiras precisam ser repostas.
Ah, antes que eu esqueça: o pessoal do badalado, inovador e inusitado Programa Saúde Digital, também manda avisar que até agora não recebeu um tostão de mel coado este mês. Solidário com os colegas da Saúde, a turma está fazendo cara de paisagem ao funcionamento do programa. A soma destes fatores talvez justifiquem a preocupação do alcaide - mesmo que estejamos a milhas e milhas oceânicas distantes de regimes teocrático - em decretar, dentro de um Estado laico, as segundas de orações, descarregos e reflexões espirituais, sempre bem acompanhado de uma plêiade de pastores evangélicos que se põem como intermediários da fruição das energias divinas para a restituição da paz e da harmonia do governo municipal.
Espera-se, entretanto, que o nome do Altíssimo não seja adorado em vão, e que alguns fiéis freqüentadores destas sessões não as transformem em campanhas antecipadas à Casa da Cidadania.
Fonte: "Etc & Tal News"
As segundas de orações buscam trazer paz e harmonia ao governo municipal enrascado com a folha de pagamento das cooperativas de saúde, obrigadas a recorrer a empréstimos bancários para cumprir seus compromissos, segundo fontes próximas ao Maria Quitéria.
Oxalá as orações e genuflexões a que foram consagradas as segundas-feiras no Paço Municipal Maria Quitéria encontrem eco no Plano Superior, de onde a visão panorâmica sobre a sede do governo feirense deve revelar uma zona de penumbra, uma psIcosfera em ebulição espasmódica, um ambiente umbrático clamando aos céus as luzes do equilíbrio, do bom senso e, sobremaneira, a rota da administração da cidade, desencontrada em meio ao repugnante revanchismo político, ao amadorismo e ao improviso administrativos, sem contar a sempre lembrada falta de compromisso com a palavra empenhada.
Tome-se o exemplo do modelo operacional do sistema de saúde do Município, com duas das suas principais cooperativas fornecedoras de mão de obra hospitalar tendo que recorrer à praça para captar recursos da ordem de R$ 6 milhões para honrar a folha de pagamento de faxineiros, técnicos, enfermeiros e médicos.
As informações acima, colhidas em fontes cristalinas, são de barnabés e técnicos emplumados da Prefeitura de Feira Santana, que afirmam que o próprio gestor avisou pessoalmente aos diretores das cooperativas que não haveria pagamento dos serviços por elas prestados nos próximos dois meses, e que providenciassem o empréstimo na rede bancária.
Questionados se as canastras do Erário se encontram à míngua, descartaram, peremptórios, esta opção, evocando o avanço crescente da receita do Município, tendo como base os números generosos disponibilizados pela Secretaria da Fazenda.
O diabo, dizem, "são as verbas originárias do Ministério da Educação, as chamadas rubricas carimbadas que têm aplicação específica para os programas traçados nacionalmente pelo Governo Federal que determina, inclusive, o prazo para serem aplicadas".
"O gato comeu"
- Sim, mas o que, necessariamente, neste caso, a Educação tem a ver com a gestão da Saúde?- pergunta atônito, o repórter.
Sem fazer aquele ar de mistério próprio de quem conspira contra algo ou alguém, estas fontes palacianas dão conta de que o dinheiro que, segundo elas, teria faltado para o pagamento das cooperativas da Saúde vai ser usado para cobrir a verba da Educação, cuja destinação "ninguém sabe, ninguém viu", apenas e tão-somente "o gato comeu", ironizam..
Que o secretário Wagner Gonçalves (Fazenda) "se vire nos trinta para maquiar o rombo da Educação e evitar que o prefeito caia nas malhas do Tribunal de Contas dos Municípios", torcem.
Aliás, os reflexos da falta de grana para o pagamento do pessoal de Saúde já começam a ser sentidos na carne pela população carente, pois clínicas e postos de Saúde municipais estão funcionando a meio pau, mesmo assim só em casos de urgência e emergência é que os agentes de saúde se deixam tocar pela dor humana: é que também são partes da humanidade, e as suas geladeiras precisam ser repostas.
Ah, antes que eu esqueça: o pessoal do badalado, inovador e inusitado Programa Saúde Digital, também manda avisar que até agora não recebeu um tostão de mel coado este mês. Solidário com os colegas da Saúde, a turma está fazendo cara de paisagem ao funcionamento do programa. A soma destes fatores talvez justifiquem a preocupação do alcaide - mesmo que estejamos a milhas e milhas oceânicas distantes de regimes teocrático - em decretar, dentro de um Estado laico, as segundas de orações, descarregos e reflexões espirituais, sempre bem acompanhado de uma plêiade de pastores evangélicos que se põem como intermediários da fruição das energias divinas para a restituição da paz e da harmonia do governo municipal.
Espera-se, entretanto, que o nome do Altíssimo não seja adorado em vão, e que alguns fiéis freqüentadores destas sessões não as transformem em campanhas antecipadas à Casa da Cidadania.
Fonte: "Etc & Tal News"
3 comentários:
É...como professora e cidadã,cumpridora dos meus deveres,sinto-me envergonhada disso tudo,pois o descaso é total.A situação das escolas é deplorável,as contas do FUNDEB, o gato comeu.Mas quem será esse gato,hein?Pra comer tanto tem q ter um bocão...
Ah, já ouvi falar em alguém com essa boca grande,KKKK...será êle?
Parabéns ao Jorge Magalhães pelas sábias palavras dessa matéria. Realmente ao contrario do que fala o Secretário da Fazenda, as finanças do municipio encontra-se à mingua. A dívida é grande. O descontrole nas despesas maiores ainda, principalmente nas desnecessárias. A cidade caminha para o caos. O quê nos aguarda ainda nesses últimos doze meses?
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