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No Domingo de Páscoa

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segunda-feira, 29 de março de 2010

O grande suicídio

Por Marco Aurélio Guimarães
Na minha pouca convivência de vida pública, começando no movimento estudantil secundarista em Feira de Santana até a participação ativa no Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), culminando em participação na minha cidade de Uauá como candidato a vice-prefeito, vivi momentos magistrais outros nem tanto, mas percebi que tinha um verdadeiro amor pela Ciência Política, e o estudo dela não só na Bahia me permitem trazer tona algumas reflexões do que encaro como os grandes suicídios da política brasileira:
1. Vi uma situação estranha no Estado de Sergipe, o grande líder da oposição da época e hoje deputado Jackson Barreto, derrotado por pouco mais de 20.000 votos em 1994 para Albano Franco, quatro anos mais tarde liderava as pesquisas de intenção para governador. Pasmem senhores, larga a oposição, faz uma aliança com o governador Albano e se lança candidato ao Senado. Resultado perdeu as eleições para a então desconhecida Maria do Carmo Alves, cujo grande mérito era ser esposa do ex governador João Alves e ter sido candidata a pedido do marido porque nenhuma liderança política aceitou o convite. Achavam que não haveria uma eleição e sim um passeio de Jackson Barreto.
2. Em Itabuna, o maior adversário do então prefeito Fernando Gomes, o deputado Geraldo Simões deixa de ser candidato e indica sua esposa Juçara Feitoza para concorrer ao pleito. Líder inconteste de todas as pesquisas eleitorais tinha em seu encalço o deputado Fábio Santana, um dos grandes adversários do deputado Simões. O prefeito, para não ficar sem candidato, opta por uma solução caseira e lança seu vice, o desconhecido Capitão Azevedo. Há pouco menos de 20 dias das eleições em uma articulação operada nos bastidores do governo e visando liquidar a fatura eleitoral, o deputado Fábio Santana renuncia e declara apoio a Juçara. Parecia que a eleição havia acabado ali. O povo respondeu e o ilustre desconhecido Capitão Azevedo é o prefeito de Itabuna.
3. Em Feira de Santana, o deputado federal Colbert Filho em 1996, traz para seu palanque o ex-governador João Durval, tido como um dos maiores adversários do seu falecido pai. Colbert tinha assento garantido no segundo turno. Era tido como nome certo para a disputa com o ex-prefeito José Falcão. Ficou de fora, e um estreante político, ex-reitor da Uefs, Josué Melo, lhe tirou a vaga.
Utilizo apenas esses casos para afirmar, sem tentar ser vidente, que o ex-governador e senador César Borges, será mais um desses. Ao se aliar ao PT, o senador tão vilipendiado pelos petistas ontem e hoje (exemplo da inauguração do Gasene, em Ilhéus e Itabuna), acaba de dar adeus à vida pública. Atrevo-me a dizer que cometeu o maior suicídio eleitoral da história recente política baiana. Não terá os seus votos históricos vinculados umbilicalmente a estrutura do carlismo e não obterá votação junto aos eleitores tradicionais do PT, junte-se a isso o desejo enorme que ronda as lideranças políticas de derrotá-lo neste pleito, que são supra partidárias, vão do Democratas ao PT. Assim, a eleição ao Senado terá um representante da estrutura da aliança Serra/Paulo Souto e um da aliança Dilma/Wagner, já que o ministro Geddel Vieira Lima não dispõe de nomes competitivos para as vagas senatórias.
No primeiro caso, aparece o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo de Carvalho, no segundo a ex-prefeita de Salvador deputada Lídice da Matta, com um pequeno adendo, se não for esta a candidata e sim o ex-governador Otto Allencar, o efeito César vai atingi-lo também. E aí pode ser que o sortudo verde, o deputado Edson Duarte venha a ser o outro senador da Bahia. Não duvidem disto.
* Marco Aurélio Guimarães é economista

3 comentários:

Mariana disse...

Faz sentido. Dimas, ontem, até o dep JC Aleluia disse em entrevista a um canal de TV que achava que César Borges estava cometendo um suicídio político, entrando nesta roubada. E tá. Não subestimem o povo que pode até gostar do circo de Lula, mas tem que ser muito esperto e canalha prá conseguir enganá-lo...tarefa prá poucos. Cesar Borges jogando fora tantas coisas boas que tem feito no senado, uma pena!

Thomas disse...

É de fato um suicídio político. Não terá votos de nenhum dos dois lados.

Unknown disse...

Conversa de dois geddelistas, hoje: "Rapaz, fazer campanha prá Geddel, é o mesmo que ser advogado dos Nardoni...". Já estão exergando a realidade; não basta sair por aí, da noite para o dia, distribuindo um monte de "ordens de serviço", prá trocá-los por votos, além de ter apoiado durante tres anos, o governo que hoje, ele tanto critica^.